PET-Engenharia Elétrica – Origem, Metas e Ideias

Autor: Alexandre Campos

Em primeiro de agosto de 1995, foi realizada a primeira seleção dos 4 bolsistas iniciais do PET - Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Esse, foi o quinto grupo da UFSM, e a implantação foi feita de uma forma gradativa, selecionando quatro bolsistas por ano. Hoje são mais de 20 anos de trabalho, envolvendo aproximadamente 120 alunos, e uns 80 bolsistas, os quais passaram diretamente pelo PET - Engenharia Elétrica (PET-EE) da UFSM. Este texto conta um pouco da origem do PET-EE, suas metas e ideias empregadas no intuito de atingi-las.


Sumário

Introdução - “de onde viemos?”

A primeira vez que ouvi falar de PET, na época Programa Especial de Treinamento, foi em meados dos anos 80, quando ainda trabalhava em Joinville, na Faculdade de Engenharia de Joinville, hoje UDESC. Não lembro quem me falou, mas o que nunca mais esqueci foi o como me foi explicado, e este é o ponto interessante nesse relato.

Todos que passamos por um curso de graduação lembramos de professores que tinham como característica aglutinar alunos em sua volta rapidamente. Era a sala procurada por alunos durante os horários de folga. Eram os professores que buscávamos para algum conselho, ou dúvida. Aqueles que se envolviam em atividades extracurriculares, seja de iniciação científica (IC), extensão ou ensino, em geral buscavam estes professores para orientador.

Rapidamente esses professores formavam um grupo de alunos em sua volta, trabalhando em pesquisa e desenvolvimento, discutindo assuntos diversos, fazendo festas em grupo, propondo ações, modificações e melhorias ao seu curso de graduação, fazendo melhorias de infraestrutura de laboratórios, etc. Se estabelecia assim a formação de um grupo tutorial, que acabava por contribuir na formação diferenciada dos participantes.

O Programa PET surgiu então, para dar apoio formal à grupos que naturalmente se criavam e promoviam esta formação ampla e diferenciada de cidadãos e profissionais.

Voltando para Santa Maria

No começo de 1995, recém tinha voltado de meu doutorado e, estava me adaptando à UFSM. Como sempre tive o perfil de tutor, de nuclear grupos de alunos ao meu redor, rapidamente estava com uns 5 a 6 alunos trabalhando em IC. Mas faltava mais, eis que surge o colega Felipe Müller e me dá a notícia de que acabava de aprovar um grupo PET na Ciência da Computação (na época Informática). Imediatamente despertou meu interesse. Preparei um projeto de grupo e submeti à Capes. Foi aprovado e, em primeiro de agosto de 1995, fizemos a primeira seleção dos 4 bolsistas iniciais.

https://docs.google.com/drawings/u/0/d/sn3DSV7YDpDW2CYoIi8nd_A/image?w=651&h=91&rev=1&ac=1&parent=1COWyQZWhxNlmw4q_dWGaxM822NiVMPBIsDQ_1o8CZcY

Metade da sala 321 do CT, quatro alunos, bolsistas do PET, e o tutor, esta era toda a infraestrutura disponível para o recém formado grupo. O interessante era que éramos os únicos com um computador exclusivo para nós, creio que em toda a UFSM, pois tinha chegado do doutorado e trazido comigo. Foi também o primeiro computador do CT, fora os disponíveis para todos, a ter internet. Para isso tivemos que literalmente furar umas 10 paredes para podermos passar o cabo coaxial de rede.

https://docs.google.com/drawings/u/0/d/snWp2QqpRJZXpyAxlKp3oHw/image?w=651&h=91&rev=1&ac=1&parent=1COWyQZWhxNlmw4q_dWGaxM822NiVMPBIsDQ_1o8CZcY

Iniciamos propondo e testando uma série de atividades, pois era tudo novo e praticamente sem exemplos para estudar. Fomos o quinto grupo da UFSM, e praticamente não existia integração entre eles.

A implantação de um grupo PET na época era feita de uma forma gradativa, selecionando quatro bolsistas por ano. Somente em agosto de 1997 terminamos de selecionar e completamos o grupo. Somente após completar o grupo é que poderíamos receber uma primeira avaliação da CAPES, mas como isto ocorreu praticamente junto com a crise do programa, nunca recebemos. Mas isso foi muito bom, pois pudemos implantar um grupo com um perfil no qual acreditávamos ser o mais interessante, visando sempre a filosofia de formação ampla, estabelecida no Manual de Orientações Básicas PET (MOB) de 1995.

https://docs.google.com/drawings/u/0/d/sduG6rFl4dT01cEJ4y7a6lQ/image?w=651&h=36&rev=1&ac=1&parent=1COWyQZWhxNlmw4q_dWGaxM822NiVMPBIsDQ_1o8CZcY